quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Não-pertencimento

Uma das piores sensações que você pode sentir na vida é a de não-pertencimento. Sensação de não pertencer ao homem ou a mulher que é casado(a), não pertencer a sua família, não pertencer ao seu corpo, não pertencer ao seu grupo de amigos, não pertencer ao lugar onde vive. Eu não pertenço ao lugar onde vivo.

Acorda pela manhã, abre a janela para deixar entrar a brisa do novo dia, enche bem o peito... e respira cinza. Visualiza um sol cinza, ruas acinzentadas, pessoas acizentadas. Cinza. Um hambiente morto, tingido de cores sem vida.Ao longe, toca baixinho uma música que apenas você ouve, um ritmo nostalgico que te remete a fragmentos de sua vida que já foram mais nobres.

Acordar,dormir,acordar,dormir! Ações mecânicas e desprovidas de qualque emoção. Cerebro no automâtica. *Clicky* Aperta o play para enfrentar as horas. E a vida faz sentido?

Só esprando que os ventos mudem para o norte.


Post original do blog: www.oprosaico.blogspot.com

domingo, 20 de junho de 2010

De Cueca Virada, novo blog.

Meu povo, depois de mais de 2 anos à frente aqui do "O Amor Não Tem Sexo", resolvi dar novos vôos e me engajar em outros projetos.Criei agora outro blog com uma proposta totalmente diferente desde aqui, ele é bem mais descontraído, bem mais leve e o nome já remete a essa sua característica cômica.Eu vos apresento: www.decuecavirada.blogspot.com
Espero que gostem tanto desse quanto curtem esse aqui. Mais para frente volto para divulgar um blog que vou escrever junto com alguns colegas de sala do curso de comunicação. Já tenho uma matéria lindíssima com o Daniel Peixoto, ex-vocalista do Montage, para postar lá. Fiquem atentos para essas novidades e não se esqueçam de passar no De Ceuca Virada. Beijos em vocês.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Stonewall.


Em Greenwich Village-NY, no dia 28 de Junho de 1969 ocorre em um bar chamado de Stonewall, o que seria o inicio do processo de emancipação e luta pelos direitos homossexuais em todo mundo.

Stonewall era frequentado por homossexuais devido a liberdade garantida pelos seus proprietários para que eles pudessem expressar a sua sexualidade livremente.Mas como todos os outros ambientes similares a esse na década de 60,era perseguido pelos policiais que por motivos fúteis fechavam o bar e prendiam os transexuais ( sem nenhuma acusação plausível ) para repreender e reprimir os GLBTTs.
Cansados e irritados com as perseguições em uma noite os clientes do bar resolveram resistir a represália e auxiliar aos presos na noite do dia 28, com garrafas e pedras eles resistiram as prisões e fizeram muito barulho. A polícia assustada chegou a pedir reforços e acabou por acontecer uma verdadeira guerra entre os dois grupos. Na noite posterior os policias retornaram ao bar e encontraram um grupo de gays, lésbicas, bissexuais , travestis e transexuais ainda mais organizados e prontos para comprar briga em nome dos seus direitos e crenças. O tumulto recomeçou, desta vez com a ajuda da vizinhança do local a favor dos LGBTTs, frases pedindo por liberdade e direitos iguais foram pichados em vários pontos da cidade, e tudo foi resolvido depois que o Presidente da Câmara da época decidiu acabar com a violência policial com um decreto de lei.

Depois desse grande movimento, grupos de homossexuais passaram a se juntar de forma mais organizada, acredita-se que as paradas gays surgiram a partir desse acontecimento.É também nessa data que comemoramos o dia mundial do orgulho gay em homenagem ao conflito.

Tu também?

"Viver é uma arte", já disseram isso, e já disseram também que "viver é como um jogo", concordo com ambas.
Com o tempo você aprende as regra.A primeira delas é não confiar nos outros, acho que é uma lição que você aprende cedo,e da forma mais difícil, geralmente.

Com o passar dos anos você acaba criando mecanismos de defesa e ser seletivo com suas amizades é um mdeles,mesmo assim, é um tiro que damos no escuro. Confiar é sempre perigoso, assim sendo, sempre temos de manter a guarda levantada.

Como viver? Quem guarda o segredo da "arte de viver"? Ou melhor, quem guarda as cartas na manga?

Quem nesse mundo não foi traido por um Brutos? Para quem não o conhece, Brutos era o filho adotivo de Cézar, um Imperador Romano, o qual apunhalou seu pai pelas costas, junto com outros traidores.A história conta que, Cezar se defendia dos golpes de seus inimigos, mas ao ver que seu filho adotivo que tanto estimava também o traia, ele disse: "Brutos, meu filho, tu também"? Depois se entregou a morte.

As feridas abertas por pessoas que amamos são difíceis de curar...
...tadinho de Cezar.

domingo, 30 de maio de 2010

Silvio de Abreu


O autor da novela Passione, o silvio de Abreu, essa semana fez declarações infelizes a cerca da homossexualidade. Ele teria dito que o ator que se assume homossexual na sua opinião é bobo. A primeira coisa que eu pensei foi "quem essa bicha enrustida pensa que é?"

Em sua fala ele reforça o preconceito na sociedade e pressiona aos atores e atrizes a continuarem se mantendo dentro do armário. Ele os pressiona a continuar numa vida de farça, numa vida de faz-de-conta. E, infelizmente,o público costuma absorver esse tipo de comentário e trazer para as suas vidas. Eu só não sei onde entra a incapacidade de uma ator assumidamente gay encarnar um hetero nessa história. Afinal de contas, estamos falando de profissionalismo, se o cara é bom ele deve ser contratado, e sua sexualidade não deve ser levada em conta. O que deve ser avaliada é a capacidade de atuação do individuo.

Todo essa "bafafa" se iniciou porque estariam correndo boatos sobre a suposta homossexualidade de Reynaldo Gianecchini ( que por acaso foi o tema do meu último post). Eu, particularmente, acredito que o prestigio do Reynaldo como ator não se abalaria caso ele se assumisse, como a de Rick Martin ( que o fez recentemente) também não foi abalada. Rick consegue ainda retirar tantos suspiros femininos quanto antes.

Abreu, queremos retratação pública.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Se ele pode, eu também posso!




Confessa aí que você,pobre mortal,se sentiu muito mais a vontade com a sua barriguinha de chop depois de ver a saliência no ex-tanquinho do Reinaldo, hum? ; )

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A moralidade única e a homossexualidade nos meios de comunicação


Na sociedade existe um esforço para que se constitua uma moralidade única, uma moralidade padrão.Esse esforço é feito principalmente pelos meios de comunicação ( mass media), pelas instiuições religiosas e da educação.Tal esforço acarreta em inúmeras conseqüências, mas vamos nos ater a apenas uma delas nesse momento: o preconceito. Se não é permitido a pluralidade, a diversidade, todos os indivíduos da sociedade teriam que se enquadrar em tais normas de forma que aqueles que tivessem um comportamento diferenciado se destacariam e seu comportamento seria julgado como imoral, fora dos padrões.A existência dessa prática absurda afeta a nós (homossexuais) diretamente, é claro. Convencionou-se que o correto seria o homem se juntar a uma mulher para que a procriação seja possível e assim a raça humana se perpetue e blá,blá,blá.... Como se os homossexuais não tivessem desejo de serem país ou potencial para procriar. Uma desculpa das mais esfarrapadas. Essa crença vem junto com outros valores religiosos, como a crença em um Deus severo que puni, que aponta, que faz e acontece e ainda assim ama seus filhos, pois é “tudo para o seu bem”.Essas crenças e a propagação delas geraria então um ambiente propicio a descriminação.

O que vem sendo discutido, no entanto é que atualmente os meios de comunicação principalmente (acreditá-se que por motivos econômicos) tenham dado uma espaço maior para a discussão do tema da homosssexualidade na sociedade, modificando um pouco esses padrões vigentes.

O que antes seria apenas tolerável na sua particularidade estaria passando a se tornar aceito publicamente. Alguns acreditam que a ao passo que a diversidade sexual estaria sendo mais debatida na mídia, a população estaria passando também a ser mais receptiva ao publico gay. Antes podíamos apenas morar, viver, nos amar de forma discreta, no aconchego de nossos lares que até certo ponto ter uma orientação diferente era ignorado, no entanto expressar-se publicamente a favor da sua orientação ou demonstração de afeto nas ruas, nas lanchonetes e etc., não.E agora essas ações estão passando a ser mais comuns e defendidas pelos mass media. Hoje vemos novelas com personagens gays, realty shows com beijos gays e até propagandas em nossos queridos intervalos comerciais.

Agora, eu quero saber é se vocês acreditam que a sociedade está mais receptiva ao público gay.Estamos ganhando mais espaço nos meios de comunicação e esse espaço está sendo usado de forma positiva? Julgam que os meios de comunicação estão realmente cumprindo esse papel de anjo protetor dos viadinhos? Barreiras estão sendo quebradas??E aí?Dêem seus pitacos.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Baile de máscaras




A noite estava calma. Fora do apartamento nada se ouvia além dos automóveis que vezenquando atravessavam a rua. Dentro dele, cortava o quarto, quase que de forma inauditível, uma música leve e calma de Edith Piaf: Non Je ne regrette rien. Havia no chão roupas, sapatos,taças, garrafas de vinho e cinzas de cigarro.
Ricardo, deitado sobre o peito de Henrique, encara o teto. De tão compenetrado parecia em transe, distante, em outro lugar, perdido. Henrique tocou os seus cabelos acarinhando-os e perguntou: - No que está pensando?
Passando a mão sobre a sua pele alva, lotada de pintinhas que ele dizia serem alaranjadas e o outro dizia serem marrons, Ricardo respondeu: - Em nós dois.
E,novamente, distraiu-se, mas desta vez perdido na beleza do outro. Perdido naqueles olhos castanhos, cabelos negros, em seu corpo atlético, em sua boca vermelha. Ricardo era pouca coisa mais alto que Henrique, cabeleira também negra. Era mais magro.Corpo de nadador. Tinha 19 anos, era 5 anos mais novo.
Quase todas as noites eles se isolavam do mundo externo em uma realidade própria onde não eram imorais nem pervertidos, eram eles próprios, apenas. Ali eles se permitiam ser , se permitiam sobretudo amarem um ao outro, de forma inteira, de forma intensa, sem reservas, sem pudor. E isso, para que no dia seguinte, quando os primeiros raios de sol entrassem pela janela, estivessem prontos para vestir suas máscaras e incorporarem seus personagens, afim de enfrentarem aquele mundo externo a eles. Aquele mundo frio e cinza. [continua...]

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

E no interior...

Por fim as sombras possuem minha alma e nada mais que uma desesperança se encontra em minha face. Apenas quero olhar no espelho e ver no reflexo não a mim, mas outra pessoa. Porque quando olho para meu interior apenas enxergo o fracasso. O porquê de tanto batalha para no final não vencer a guerra? E na covardia que emana de minhas lágrimas e de meu silêncio aos poucos vou me entregando e desistindo de tentar ser feliz, de tentar prosseguir...


E ainda que tenha mil pessoas a minha direita e mais mil a minha esquerda, eu me sinto completamente solitário, porque você não está mais em volta para me encher por inteiro e ser equivalente a um milhão.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Aventuras.

Muito me espantei quando me vi lá, na porta da igreja matriz, sozinho, esperando o carro chegar para que nos levassem ao retiro espiritual. A proposta surgiu no meio da semana, uma velha amiga queria a minha presença no ciclo de irmãos que fariam a viagem. No sábado, o dia da viagem, a surpresa, eu liguei para seu número, ela não ia mais. Me revesti de toda a coragem que eu não tinha e fui sozinho.

Já bastante arrependindo sentei isolado em um canto a espera do meio de locomação que parecia não querer chegar, uma "irmã" se aproximou de mim e disse:" Murillo, amor, que bom que veio". me espantei, não reconhecia seu rosto, estava timido, não queria desapontá-la e dizer que não a conhecia, mas ela facilitou as coisas para mim:" Não se preocupe, você não me conhece, mas já ouvi falar muito sobre você". Conversamos, a viagem se tornara mais agradável.

Chegando a um pequeno povoado, um local sem muitos atrativos, seco por causa do calor... e sem água. Tinhamos que tirar a água de um poço para fazermos qualquer coisa. Confesso ter achado muito divertido. A primeira atitude que tivemos foi arrumar a casa que estava uma completa zona. O espirito de união e trabalho dominava aqueles treze adolescentes que naquele momento julgavam-se donos de si, afinal de contas não é todos os dias que se permace sozinho, sem os cuidados dos pais, tendo de se virar sozinho.

Dentre todos eles um me chamou mais a atenção, um jovem sério, calado, prestativo, sua ansiedade me inquietava, não parava por um segundo, sempre estava fazendo alguma coisa, e o mais interessante e que ele sabia fazer tudo, mas de tudo mesmo. Montara uma fongueira para ascendermos a noite,e fizera nosso jantar, uma deliciosa macarronada. Ele era bonito, mas nada que prendesse sua atenção por muito tempo, mas o que encantava a mim era a forma que ele gostava de anular a sua presença, passar despercebido. Logo dei um jeito de me aproximar dele, mas percebi que a concorrencia era grande, haviam dez mulheres que pensavam da mesma forma, e claro, as dez com a enorme vantagem de serem mulheres, porque isso facilitava muita coisa.

Depois a maioria se recolheu em suas camas um pequeno grupo permaneceu acordado, claro, o meu "homem multiuso com n ultilidades" estava lá, formara uma foguira menor para que pudessemos ficar ao redor dela, e eu disse: "Só faltou o machimellow". Ele disse: "Serve salsicha". Fui buscá-la. Nós conversamos muito, o grupo todo se identificou, eramos 6 ao todo. Ao longo da madrugada nossas mentes diabolicas comerçaram a trabalhar, acordariamos todos com pastas de dente em seus rostos, era um retiro, os desistentes a resistência contra o sono teriam de ser punidos. No ínicio sujamos a nos mesmos, eu disse: " Vou botar a minha inicial em sua testa". Ele apenas sorriu. Coloquei meu M. Logo depois invadimos o quarto das meninas, a brincadeira não deu muito certo, a coordenadora queria nos expulsar. Mas logo as coisas foram se acalmando, mesmo assim, o clima ainda estava um pouco pesado. Ele e eu fomos para o lado de fora, ele foi tomar banho em uma bica que tinha no quintal. Eu não queria voltar lá, estavam todas com raiva. Eu disse: "Nossa, estão bravos, não quero voltar para lá". Ele disse: "Então fique aqui, não ligo de ser assistido enquanto tomo banho". Sentei no murinho que cercava a bica. Enquanto ele tirava a roua meu coração pulsava mais forte, tentava não olhar para ele, ou olhar somente para seus olhos,mas os meus simplismente não me obedeciam. Enquanto conversavamos eu olhava para o corpo dele, para a pele morena, olhava discretamente, timido, deslumbrado.

Com o passar da horas tudo se resolveu, fomos para a porta de uma igreja, rezamos avé maria, pai nosso, entre outras. Ao retornarmos para a pequena casa as tarefas foram dividas, deveriam fazê-las em silêncio para que podessemos "perceverar em Jesus", palavras da coordenadora. Ao fim da tarefa estava deitado ao lado de uma amiga que fiz por ali mesmo, ela estava com dor nas costas, reclamava e fazia cara de dor, então, eu logo pensei que "o garoto multiuso" saberia fazer uma massagem, fui atrás dele, e ele estava na cozinha preparando um churrasco, perguntei: "Minha colega está com dor nas costas, você sabe fazer massagem"? Ele respondeu que sim com a cabeça e disse: "Faça assim: cruze os braços na altura do peito e... espera". Ele se posicionou atrás de mim, abraçou-me segurando os meus braços e levantou a minha coluna que deu um estralo. A sensação que eu tive foi indescritível, ter o seu corpo abraçado ao meu foi...

Era hora de voltarmos para casa, fiquei triste, estava acostumado a conviver com eles, era divertido, cada um foi para um canto e o meu amor de fim de semana se aproximou, pediu para acomodar-se no meu colo, primeiramente fiquei vermelho e depois disse sim. Aproveitei para mecher em seu cabelo, de forma discreta, acho que nem ele percebeu, nossa aventura terminou com o carro da polícia federal pedindo para que encostassemos o carro cujo documento estava a 4 anos vencido.